A redução no volume das chuvas desde 2013, perdas na produção
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e menor oferta influiu nos preços pagos ao produtor em janeiro de 2015. Acompanhando o cenário de alta, que vem desde meados de 2014, a elevação dos preços foi de 1,56% em janeiro, totalizando 20,84% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo levantamento mensal da FAEMG.
De acordo com a coordenadora da Assessoria Técnica, Aline Veloso, os próximos meses ainda podem ser incertos quanto ao impacto da seca na produção: “Para alguns produtos, ainda não conhecemos o tamanho das perdas, que só serão medidas no momento da colheita. O impacto pode ser ainda maior que o apontado nas estimativas do IBGE e CONAB, mas só poderá ser conhecido no próximo levantamento, no início de março”.
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O produto que apresentou a maior elevação no índice mensal foi o feijão, cujo preço médio da saca de 60 kg saltou de R$ 90 para R$ 135, alta de 50%, beneficiando os produtores de feijão que estavam desestimulados ano passado: “Muitos deles reduziram a área, investiram menos nas plantações e ofertaram menos produtos. A menor oferta elevou os preços”.
A batata seguiu a mesma tendência do feijão, passando de R$ 62,28, em dezembro de 2014, para R$ 82,69 no mês seguinte, valorizando 32,78%. Outro item que fez parte da elevação de preços foi a banana: passou de R$ 0,75 para R$ 1,12 por quilo. O mesmo ocorreu com o abacaxi: alta de 7,37%. A elevação foi influenciada pela maior demanda por frutas no período de clima mais quente e seco.
Na pecuária, o preço do frango teve a maior variação positiva, de 7,53%, com o quilo passando de R$ 2,33 para R$ 2,51. “A elevação foi favorecida pela maior demanda do consumidor interno que, influenciada pela alta dos preços das carnes vermelhas, fez o consumidor optar pela carne de frango. Outro fator foi o aumento das exportações, o que implicou em menor oferta do produto”, avaliou a coordenadora.
VBP Agropecuário de Minas 9,3% maior
O Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária Mineira deve ser 6,2% superior em 2015 comparado ao ano anterior. O valor deverá chegar a R$ 51,4 bilhões ante os R$ 48,4 bilhões de 2014, segundo acompanhamento da FAEMG.
A estiagem afetou a atividade rural e reduziu as estimativas de produção. Mas o bom desempenho final foi assegurado por preços mais altos, como é o caso da batata, feijão e cebola. Na pecuária, o preço do boi gordo subiu 17,2% e dos suínos 7,8%.
Nos produtos agrícolas, a produção do arroz caiu 27,8% e o algodão, em função de mercado, teve redução de 6,7% na produção. Por outro lado, o volume de banana registrou alta de 10,1% na produção de janeiro de 2015 em comparação com o ano anterior. “No caso desta fruta, por se tratar de cultura irrigada, a estiagem favoreceu o controle, melhorando a qualidade e a produção”.
No caso da soja, durante o momento de decisão para investimento, o preço do grão estava mais valorizado que o do milho. Com isso, o produtor investiu na sojicultora, ampliando a área em 6,56%, de acordo com o IBGE: “Há estimativa de aumento na produção. Entretanto, a elevação de 14,6% não leva em consideração a seca nas regiões produtoras, o que pode reduzir o volume produzido e manter o aquecimento do setor”, explicou Aline Veloso.
Com relação à pecuária, os dados são trimestrais e ainda deverão ser contabilizados pelo IBGE: “Ainda assim, os preços seguem a tendência altista, iniciada no segundo semestre de 2013. Este cenário se deve a restrição de oferta de bovinos na maioria das regiões produtoras, consequência da seca dentre outros fatores”, disse Aline Veloso.
Senar/MG - Assessoria de Comunicação - Vicosa