O produtor José Romildo de Freitas, do município de Santa Margarida, já sente no bolso o resultado do seu esforço para produzir café de alta qualidade. Ele foi o primeiro da região de Manhuaçu a conseguir ágio na venda do seu café, que tem o selo do Certifica Minas Café. A Exportadora Guaxupé de Manhuaçu adquiriu 120 sacas de café arábica certificado, com um adicional de R$ 8,00 por saca, sobre o valor de mercado do produto.
O Certifica Minas Café é um programa do Governo de Minas, executado por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Para obter a certificação, os produtores precisam adequar suas propriedades a um rígido código de conduta. São analisados 95 itens, desde o cumprimento da legislação trabalhista ao uso correto e controlado de agrotóxicos e rastreabilidade do produto final, ou seja, identificação registrada de todo o café produzido.
Os produtores inscritos no programa recebem assistência técnica da Emater-MG para as adequações. O IMA realiza as auditorias internas e, depois, uma certificadora de reconhecimento internacional faz as auditorias externas para aprovar as propriedades que seguiram corretamente os critérios estabelecidos.
O Certifica Minas Café mantém parcerias com instituições reconhecidas internacionalmente, como a Fundação UTZ Certified, da Holanda. O acordo entre a UTZ Certified e o Governo de Minas prevê a ampliação das ações de certificação das propriedades cafeeiras do Estado, além do desenvolvimento da promoção do produto certificado, de forma a obter maior valorização do produto.
O extensionista Rodrigo Cabral da Silva, da Emater-MG em Lajinha, participou, nos dias 9 e 10 de outubro, de duas reuniões com produtores de café do programa Certifica Minas Café, em Lajinha e Manhumirim. O objetivo foi repassar informações sobre a parceria comercial da Exportadora Guaxupé com a compra de cafés Certificados pelo selo do Certifica Minas Café. Foram abordados temas como o funcionamento da compra dos cafés, informações sobre as modalidades de compra e depósito dos cafés. Vários produtores levaram amostras de café que foram posteriormente classificadas e provadas.
Segundo o gerente de comercialização da Exportadora de Café Guaxupé, Luciano de Souza Pinto, “num primeiro momento, será pago um ágio que irá variar de quatro a oito reais, de acordo com a qualidade do café”. No dia 17 de outubro, os produtores tiveram os primeiros resultados concretos das reuniões. Produtores de Lajinha fecharam a primeira venda de cafés certificados pelo Certifica Minas para a Exportadora.
De acordo com o extensionista de Lajinha do Certifica Minas, Rodrigo Cabral da Silva, os resultados das reuniões foram positivos. Um dos temas tratados foi o incentivo na busca de alternativas em comercialização aos produtores do programa Certifica Minas e formas de obter agregação de valor ao café produzido de acordo com as normas da Certificação. Foi acertada ainda proposta para dar mais visibilidade no mercado dos cafés certificados, por meio de um selo específico. Outros temas abordados foram: informações de mercado aos agricultores; venda do café com ágio; classificação do café produzido pelos produtores; e novas modalidades com depósito e adiantamento à disposição dos produtores.
De acordo com o IMA, desde o início do programa Certifica Minas Café, em 2008, foram auditadas 2.604 propriedades em todo Estado. Dessas, 1.642 conquistaram a certificação e a previsão é que esse número chegue a 1.750 até o final de 2013. A região de Manhuaçu possui 147 inscritos no programa, dos quais 96 propriedades são certificadas e outras 51 estão em processo de adequação.
Adriano de Oliveira Fonseca
Assessoria de Comunicação da Emater-MG – Ascom