Após as fortes chuvas registradas no mês de janeiro na região, que provocaram alagamentos e estragos em vários municípios, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Regional de Saúde de Manhuaçu, intensificou as ações para prevenção e tratamento da leptospirose, doença causada por uma bactéria presente na urina de ratos e que pode ser transmitida pelo contato com água contaminada. Os técnicos da unidade também promoveram orientações sobre as fontes de contaminação e destacaram para a Atenção básica dos municípios quem é o público alvo e quem deve ser imunizado contra a hepatite A, que é causada por um vírus e a sua principal forma de contaminação é por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados.

De acordo com o superintendente regional de saúde de Manhuaçu, Juliano Estanislau, a equipe regional está focada num trabalho de apoio aos municípios atingidos. “Já realizamos vários alertas e toda equipe da Regional de Saúde está focada em prestar total apoio aos municípios. Visitamos as 27 cidades que entraram no decreto de emergência do Governo Estadual e emitimos alerta para as demais, já que o período de chuva ainda não acabou”, explicou.

Juliano destacou a importância do alinhamento entre as referências técnicas da Superintendência e os profissionais de saúde. “Nossos técnicos estão em contato permanente com os profissionais da rede de assistência básica e hospitalar. O objetivo é estabelecer uma condição de alerta para o surgimento de doenças, detecção precoce dos primeiros sintomas e produção de dados epidemiológicos conforme os protocolos e notas técnicas oficiais, ou seja, da maneira apropriada”, pontuou.

Leptospirose

É preciso ficar atento a sinais como febre, dor de cabeça, cansaço e dor nas pernas, principalmente nas panturrilhas. Em algumas pessoas, a doença também pode provocar icterícia. “Existe um risco eminente. Trata-se de uma doença grave que precisa ser tratada. Não há motivo para pânico e desespero, mas é necessário ficarmos atentos aos sinais e sintomas”, explicou Ernesto Grillo, coordenador do núcleo de epidemiologia da Regional de Saúde. A Superintendência de Saúde de Manhuaçu orienta que os pacientes que apresentarem sintomas devem procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para receber os cuidados necessários. A leptospirose é uma doença que tem cura quando tratada adequadamente.

Hepatite A

O período de incubação médio é de 4 semanas e pode apresentar os sintomas entre 15 e 45 dias após o contato. Muitas pessoas podem não apresentar sintomas, sendo mais frequente a medida que aumenta a faixa etária. Afeta o fígado, causando mal-estar, prostração, febre baixa, náuseas, vômitos e icterícia (pele e olhos amarelados). A vacina contra Hepatite A está disponível no SUS, sendo oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias) e também no Centro de Referência de Imunobiológicas Especiais (CRIE), para pessoas de qualquer idade que apresentem condições clínicas específicas como: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia incluindo as Hepatites virais B e C e pessoas com imunidade baixa.

Devido às enchentes e possibilidade de surtos epidêmicos, a superintendência já distribuiu para os municípios de sua área de abrangência 32.220 doses da vacina contra Hepatite A e outras 4.670 doses da vacina DT, promoveu a reposição dos medicamentos Antirretrovirais para os municípios de Manhuaçu e Carangola, reabasteceu os estoques de imunobiológicos perdidos por municípios afetados, intermediou a disponibilização de Kits Calamidades fornecidos pelo Ministério da Saúde e distribuiu 22.150 seringas e 18.500 frascos de hipoclorito para tratamento de água.

Texto e Fotos: Antonio Rodrigues/ ASCOM SRS Manhuaçu